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Ciberisolamento – O Novo Veículo de Sociabilidade



Em agosto de 2014 o Papa Francisco descreveu a internet como “uma dádiva de Deus”, mas alertou que o mundo de alta velocidade das mídias sociais precisa de calma, reflexão e ternura para ser “uma rede não de cabos, mas de pessoas”. Com base nesta pronuncia é possível identificar que, atualmente, a sociedade está de fato interligada, mas não de forma pessoal e sim de forma tecnológica.


Todos os dias a tecnologia se renova, cria novas facilidades para seus consumidores, que por sua vez, acabam se tornando dependentes dela. O que antes era um meio de comunicação para aproximar as pessoas distantes se tornou um meio que distancia as pessoas próximas. Celulares (smartphones), tablets, computadores, entre outros objetos, são utilizados com tanta frequência que, basicamente, se tornaram uma extensão das vidas de seus usuários, se tornaram objetos de extrema importância para seus respectivos donos. Atualmente, quem não consegue viver com a ausência do celular é caracterizado como Nomofóbico. A Nomofobia é considerada uma doença similar ao uso de drogas, pois se caracteriza no individuo como um medo de se sentir, de alguma forma, isolado e sem conexão com a rede virtual. Referente às drogas, é como se o usuário sentisse abstinência e não conseguisse parar de utilizar. Como se precisasse daquilo para sobreviver. É muito comum pessoas na rua, no transporte público, no nosso convívio em geral, estarem com o celular na mão, conectados à internet, a dependência é visível. Foi feita uma pesquisa referente ao uso excessivo da tecnologia, alguns jovens de países diferentes foram testados, ficando 24 horas sem o uso da internet, os relatos foram preocupantes, um deles disse estar se sentindo morto, este foi um dos mil pesquisados.


Acreditamos que desta forma é comum que o isolamento social se propague em rede. A internet é a base utilizada para que haja essa conexão virtual, porém não é o fator que implica na exclusão do individuo da sociedade. É a forma como ele utiliza dos novos meios de comunicação que implicam na construção de seus laços sociais tanto “on-line” quanto “off-line”. Por exemplo, é possível que um usuário de uma determinada rede social tenha vários amigos em sua página virtual, mas isso não significa que o mesmo tenha a mesma quantidade de amigos “fora da rede”, o volume pode ser menor. O que define a construção da sociabilidade são as escolhas que o usuário faz de acordo com seus interesses, valores, gostos, condições de vida e, até mesmo, de sua classe social.


Em nossa opinião a internet, bem como a tecnologia, é uma evolução humana passível de ser considerada uma “dádiva de Deus”, pois trouxe praticidade na comunicação entre as pessoas e diversificação no entretenimento para os usuários. Antigamente era comum ver crianças brincando nas ruas, jovens andando de bicicleta e adultos em parques aproveitando o fim da tarde, isso pode até ocorrer ainda, porem com menor frequência e o uso destes dois “objetos” são interligados diretamente com essas atividades, não paramos para pensar que isso afeta nossa vida pessoal e profissional. É possível observar, por exemplo, pais brincando com os filhos em parques, porém com um celular na mão, conectados as redes sociais. Aqui entendemos que há uma substituição das atividades regulares por uma intervenção fútil de mostrar ao outro o que se está fazendo naquele momento de lazer em família. Não estamos dizendo que isso é um pecado e não deve ser realizado, o fato é que deve ser feito de forma moderada. Estudos apontam que cerca de 10% dos brasileiros já são considerados “viciados digitais”, pessoas que perderam o convívio social (face to face).


O que foi feito para aproximação de pessoas está gerando um novo tipo de convívio social, um novo grau de sociabilidade que tem como característica principal o isolamento. Citamos aqui esta ideia como o Ciberisolamento. Não passamos mais a trabalhar em comunidades, que podem auxiliar na convivência social, na resolução de problemas ambientais, políticos e sociais ou na organização da cidade. Está é a grande questão! O tempo que as pessoas gastam com a utilização destas tecnologias, com auxilio da internet, não está sendo produtivo, a não ser para o próprio usuário. A grande massa deles são crianças e adolescentes de até 22 anos. Mark Zukerberg, fundador e diretor executivo do Facebook, em fevereiro de 2016, em uma palestra na MWC (Mobile World Congress), chegou a enfatizar que ainda não decidiu quando deixaria sua filha Max usar a internet, referente ao tema: “Afinal, quando crianças devem ser apresentadas à internet?”. Vale ressaltar que ele é um dos responsáveis por criar uma rede social que influenciou na utilização em demasia na sociedade. Se o próprio fundador do Facebook tem a preocupação de estipular um período para que sua filha interaja com a internet e as novas tecnologias, devemos repensar se, de fato, estes recursos estão sendo utilizados com responsabilidade.


Concluímos que o uso dos novos meios de comunicação, bem como o uso frequente da internet está levando a construção de uma nova sociabilidade, na qual os componentes são interligados em rede, porém estão se isolando neste espaço cibernético. Acreditamos que a internet é uma fonte de propagação da cultura e do conhecimento, porém está alimentando um vicio gerado pela má gestão dos aparelhos que usufruem dela para manter seus usuários conectados. O Ciberisolamento é uma realidade próxima e está se tornando cada vez mais visível que ultrapassou o limite da comunicação entre as pessoas distantes. Estamos nos distanciando do ser humano, neste caso, do sentimento de humanidade. Passamos a ter tudo automatizado, com apenas um toque temos tudo em nossas mãos. É pratico e ao mesmo tempo sedentário. Deixamos de lado o “viver” para “navegar” numa realidade virtual que, hoje, a nosso ver, está sem objetivo. Perdeu o rumo. Precisamos derrubar os “firewalls” que nos impedem de ter este contato mais próximo, mais vivo como há alguns anos atrás. Isso não seria regredir, seria evoluir da forma correta. Reeducando a sociedade, estipulando regras e limites para que não haja mais danos a nós mesmos. Diariamente criamos novas armas, as apontamos para nossas mentes e puxamos o gatilho sem hesitar. Sem pensar nas consequências que sua utilização em excesso pode ter. Estamos caminhando rumo a um mundo onde teremos mais “touch” e menos “toques”. Uma sociedade sedentária, repetitiva, depressiva, sem interação física, com objetivos particulares, os quais não terão correspondência alguma em um ajudar o outro, apenas ajudar nada além de si mesmo.


Integrantes do Grupo

Caio Mendes Camargo Tullio RGM: 1642728-9 Franciele Amorim da Silva RGM: 1939053-9 Hêmyle dos Anjos Marques RGM: 1631483-2 Jéssica Franciele dos S. S. RGM: 1632116-2 Juliana Pereira de Souza RGM: 1629611-7 Leandro Sales do Nascimento RGM: 1624640-3 Nicolas Soares dos Santos RGM: 1638960-3 Rafael Pereira Rodrigues RGM: 1629347-9 Wllysdan George dos Santos Medeiros RGM: 1625861-4

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