Brincar de vida real
Nessa nova era de tecnologia em que os jogos estão cada vez mais interativos, é muito comum ver crianças de 5 a 12 anos envolvidas com aparelhos eletrônicos, principalmente para o uso de jogos digitais. Mas será que essa forma de entretenimento é, de fato, adequada ou prejudicial?
Atualmente, um assunto recorrente é a forma como a tecnologia interfere no convívio social, discute-se, principalmente, se a tecnologia realmente afasta as pessoas e o quanto ela pode ser prejudicial para as crianças. Nesse sentido, o texto “A Galáxia da Internet” de Manuel Castells cita que “A difusão da internet está conduzindo ao isolamento social, a um colapso da comunicação social e da vida familiar, na medida em que os indivíduos sem face praticam sociabilidade aleatória, abandonando ao mesmo tempo as interações face a face em ambientes reais”. Ressalta-se que esse afastamento do indivíduo da sociedade não acontece apenas na fase adulta, é possível ver vestígios disso desde a infância.
Nesta fase, por conta da atração que os games proporcionam é possível encontrar os pequenos mergulhados nesse mundo virtual, descartando as interações sociais. Um exemplo de vivência neste mundo paralelo muito popular entre as crianças, é o jogo Minecraft que tem como proposta deixar à disposição da criatividade e imaginação do jogador construir um mundo fictício, de possibilidades ilimitadas.
Uma pesquisa realizada, em fevereiro de 2016, para fins publicitários da marca OMO, observou a rotina de 12 mil famílias com crianças entre 5 e 12 anos de idade, em dez países (EUA, Brasil, Reino Unido, Turquia, Portugal, África do Sul, Vietinã, China, Indonésia e Índia) , e obteve um resultado alarmante, pois constataram que 56% das crianças que participaram da pesquisa passavam apenas uma hora ou menos brincando ao ar livre, uma em cada cinco crianças passava 30 minutos ou menos ao ar livre e uma em cada dez nunca brincava ao ar livre.
Em alguns casos, os pais são a principal causa da alta exposição das crianças aos jogos. A tentativa de que seus filhos não passem seu tempo livre em atividades inapropriada ou superproteção fazem com que os pais prefiram ver seus filhos em casa, em um ambiente mais seguro com uma atividade aparentemente segura. Infelizmente, a segurança dos filhos pode ter um alto preço na vida dessa criança.
Segundo a psicóloga e especialista em intervenção familiar, Cristiane Lorga, a criança que passa horas jogando pode apresentar sinais de ansiedade e irritabilidade, podendo ser diagnosticada com transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tornando-se dependente da interação digital, podendo inclusive apresentar prejuízos significativos na vida escolar, social e familiar. De acordo com o Instituto QualiBest, que realizou em 2012 um estudo sobre o assunto, quase 7 em 10 crianças (68%) possuem um vídeo game, sendo 84% dos meninos e 53% das meninas.
É fundamental o acompanhamento dos pais na descoberta dos jogos digitais pelas crianças, também é essencial orientá-las sobre a importância de se manter ativo na sociedade, ir à escola, praticar esportes, ter amigos. A infância é a fase mais importante da vida de uma pessoa, é onde ela descobre o mundo, todas as cores, sons, cheiros e sabores, tudo é novo e atraente. E tudo de novo que uma criança aprende nessa fase é essencial para a formação de um adulto saudável, responsável e feliz.
Integrantes do grupo:
Rafaelly Stefany. 1602895-3 Nathalia Lima 1603722-7 Tamires Almeida 1618505-6 Darlan Helder 1619911-1 Milton DE Godoy 1624991-7 Christian Pereira 1629994-9 Carla Mayara 1640960-4 Luiz Felipe Caetano 1651749-1