Solidão Online: A depressão e o vício como causas do isolamento em rede
A globalização nos trouxe o poder de trocar informações instantaneamente, essa permutação criou uma linha tênue entre isolamento e entretenimento, onde se é confundido a diversão com o retraimento social. Os jogos digitais chegaram para expandir a camada socio-cultural, mas vemos que com sua vinda, alguns pontos negativos também surgiram, como o vicio e o isolamento.
Com o crescimento deste seguimento, começou a surgir algumas preocupações ligadas ao hábito de jogar. Essa mania preocupa, pois em alguns casos, se transforma em um vício compulsivo, que leva o jogador a se afastar da sociedade real, a se individualizar dentro do contexto online. Os efeitos que o vício pode acarretar são os mesmos da dependência compulsiva por drogas ilícitas. A "droga" (jogos online) é consumida compulsivamente, mesmo que não traga nenhum sentimento de prazer, a perda de controle cresce progressivamente e, na maioria dos casos, o jogo é como uma forma de escape da realidade.
Segundo pesquisa realizada em 2014 pelo Depto. de Ciência da Computação da USP (Universidade de São Paulo), foi constatado que o confinamento online está ligeiramente ligado a pessoas depressivas, e que buscam no isolamento digital um escape da realidade melancólica em que vivem. Esse isolamento causa prejuízos de ordem mental e social, acarretam problemas de sociabilização e transforma um ser social em um indivíduo com dificuldades de se comunicar fora do ambiente online. É importante ressaltar que um dos principais sintomas da depressão é o isolamento, e que ela está ligada a pessoas que são viciadas em games.
O que mais preocupa nessa esfera de games, são os jogos de MMO RPG (massive multiplayer online role playing game) que são jogos com maiores números de jogadores simultâneos, segundo o psiquiatra Gabriel Bronstein, supervisor do programa de álcool e drogas da Santa Casa da Misericórdia no Rio de Janeiro, e que concedeu entrevista a Revista viva Saúde, "Esses são os jogos mais perigosos", pois eles demandam maior tempo do jogador. Para conseguir respeito dentro do universo online do jogo, é necessário tempo jogado, assim obtendo algum progresso. E quanto mais se joga, mais poderoso fica, e quanto mais poderoso, maiores vantagens se tem no jogo, transformando assim o game em uma nova realidade fictícia, muitas das vezes, melhor do que a que vivem fora do âmbito online e que leva os players a se isolarem do mundo real.
Alguns casos são mais assustadores que outros, levando até alguns jogadores à morte. Em 2013, um jovem de 18 anos do Taiwan, foi encontrado morto em um cyber café da cidade de Tainan, após passar 40 horas jogando o título conhecido como Diablo 3. Mas esse não é o único caso, em fevereiro do mesmo ano, outro jovem morreu após passar 23 horas seguidas jogando League of Legends. Isso é preocupante, jovens que se isolam pela depressão acham lugar em uma nova sociedade individualizada, governada por empresas que exploram o vício do jogador para sempre obterem maiores lucros.
Moderação é a chave de tudo, o jogo em si não prejudica o usuário na sociabilidade, mas sim a falta de controle. A retração social é mais constatada em jovens e adolescentes, então, cabe aos pais impor limites para não correrem riscos do exagero. Caso essa questão fuja do controle dos pais, eles devem procurar ajuda de especialistas no assunto, como psicólogos e psiquiatras, também devem lembrar que o vício por jogos eletrônicos é um problema real e não pode ser camuflado na sociedade tecnológica em que vivemos. Esconder o transtorno só trara problemas e mais solidão para esses jovens que são muitas vezes mal vistos por outras esferas da sociedade.
A sociedade evoluiu, o ser humano se transformou e toda a sua volta o acompanhou, esse paradigma não deve significar quebra do contato físico social. As cibercidades não chegaram para distanciar os que estão próximos, mas sim para expandir o alcance da comunicação interpessoal, portanto deve-se ter atenção para que isso não comece a interferir no ralacionamento humano, pois como tudo na vida, deve-se separar o real da ficção.
Integrantes do grupo:
Pamella Regina Kawano (RGM 16060652)
Heitor Aguiar (RGM 16108132)
Larissa Marques de Oliveira (RGM 16158334)
Gustavo de Sousa Nascimento (RGM 16248911)
Aline Maria da Silva (RGM 16259378)
Marx Mendes (RGM 16332458)
Gisele Baron Kato (RGM 16442571)
Gabriela da Silva (RGM 16491289)
Juliana Silva Horacio (RGM 16496396)